Canadá virou mais um pouco nosso ‘Lar doce Lar’ pra vida! Fizemos nosso landing no dia 11 de Abril. Para quem não sabe o que é, o dito ‘landing’ em imigração, a grosso modo, significa a chegada no país com o status de imigrante.
Para tanto, como já moramos no país, tivemos que sair do Canadá e retornar para mudar de status. Na verdade, se você já estiver em terras geladas, você consegue fazer isso dentro do Canadá também (inland landing). Para tanto, você precisa ligar para o telefone 1-888-242-2100 e agendar um horário. Eles vão averiguar o Service Canada mais próximo que ofereça esse tipo de serviço. A desvantagem desse procedimento é o tempo. Você só consegue um horário para 3 a 4 semanas depois. Exceção para quem mora na região de Ottawa, onde o Service Canada oferece esse serviço em dias e horários específicos, bastando você comparecer ao local. Enfim, decidimos por fazer da forma mais rápida: Nos dirigir até a fronteira.
Chamamos um casal para fazermos essa corrida conosco. Eles tinham acabado de receber os passaportes naquela semana e iriam fazer o mesmo. Por que não dividir a emoção, né?! 🙂
Para economizar $$$, decidimos alugar um carro em uma locadora no aeroporto, pois as locadoras que ficam lá localizadas ficam abertas das 6 da manhã até meia noite, mais ou menos, e poderíamos pagar 1 dia só de locação. Pegamos um carro um pouco mais confortável dessa vez, porque há algum tempo atrás pegamos um muito simples e sofremos um pouco…
Nosso destino: Rainbow Bridge que liga Niagara Falls do lado canadense a Niagara Falls do lado americano. O dia estava lindo!!! Decidimos atravessar a ponte, almoçar nos EUA, visitar o parque de Niagara Falls do lado americano e voltar.
Ao passarmos pela imigração americana, o oficial perguntou qual foi a última vez em que lá estivemos. Cada casal falou sua data, mas o cara ficou com nossos passaportes e falando ao telefone. Ficamos bem confusos. Ele pediu para que estacionássemos o carro e fossemos para o segundo andar do prédio da imigração. Gelamos um pouquinho, mas tínhamos certeza que não seria nada de mais. Fomos até o segundo andar e fomos atendidos por um oficial muito querido que ficou brincando sobre brasileiros morando em terras geladas canadenses. Ele explicou que quando se entra nos EUA, há uma taxa de USD 6.00 cobrada para ter uma autorização “permanente” por 6 meses para você ter livre acesso ao país. Essa taxa já está inclusa na passagem de avião, mas, por terra, você paga essa taxa e fica com um papelzinho no passaporte que atesta essa autorização. No momento em que fomos pagar, a nossa amiga perguntou “Vocês aceitam dólares canadenses?” Eu na hora falei: “Eles não aceitam” e a mulher do caixa fechou a cara e falou a mesma coisa. haha Nunca, nunca mesmo pergunte a um americano se ele aceita dólar canadense. #ficaadica
Autorizações na mão, seguimos a viagem. Passamos por algumas cidadezinhas pequenas e paramos na cidade de Amherst, para comer no Outback. Os EUA vão me desculpar, mas as cidades da mesma região, do lado canadense, são bem mais charmosas.
Na volta, fomos para o Niagara Falls Park. Muito bacana a estrutura que eles montaram. A vista das cataratas não é lá essas coisas mesmo, mas a ideia do parque perto das cataratas foi muito legal. É um lugar para levar a família para fazer um picnic, fazer aquele churrasquinho à la América do Norte e curtir um dia lindo de sol. Uma pena que ainda tinha muita neve nos lugares em que você pode chegar mais perto das cataratas. Mesmo assim, foi ótimo!!! Ainda voltaremos lá!
Na volta, quando chegamos na imigração canadense, a oficial perguntou o que fomos fazer nos EUA, se compramos alguma coisa…Enfim, perguntas de praxe. Quando falamos que viemos fazer o tão famigerado ‘landing’, ela disse que iria terminar os trâmites e iria mostrar onde deveríamos estacionar o carro. Estacionado o carro, entramos na imigração. O oficial que nos recebeu na porta pegou nossos passaportes, pediu para esperar e disse que seríamos chamados pelo nome. 2 horas de espera. 😮 A razão foi a de que havia muita gente nesse dia (era um sábado) para fazer a mesma coisa. O lugar está passando por reforma, então tinha muito pouca cadeira para sentar. Ficamos em pé quase todo esse tempo. Quando a oficial nos chamou (a oficial que mais pedia documentos, by the way), fomos os quatro ser atendidos. Ela perguntou nosso relacionamento e falamos que só éramos amigos e que cada casal tinha feito seu processo separadamente. Em seguida, ela pediu nossa prova de fundos (já explico o que deve ser apresentado) e nosso comprovante de endereço. Ela pediu para que voltássemos a esperar ela nos chamar novamente. Depois de uns 5 minutos, ela nos chamou de novo para a bancada e nos perguntou se já havíamos cometido algum crime no Canadá. Depois de respondermos que não, obviamente, ela pediu para que respondêssemos de forma escrita a dois questionamentos que estavam na nossa “Confirmação de Residência Permanente” (papel que vem junto com o passaporte), que eram o seguinte:
– Você já foi acusado ou sentenciado por um crime ou ofensa; recusado de admissão no Canadá ou solicitado a deixar o Canadá?
– Você tem outros dependentes além do infra citado?
Nós quatro respondemos NO e colocamos nossas iniciais do lado. Ela falou “Essas iniciais de vocês são o dobro das minhas”. Começamos todos a rir. Por fim, ela devolveu nossos documentos e nos cumprimentou com um “Congratulations, you are now permanent residents of Canada”. No momento que pisamos fora do lugar, nossa amiga começou a chorar compulsivamente e meus olhos ficaram marejados. Logo depois que entramos no carro, não paramos de rir de felicidade!!! Foi quando bati essa foto maravilhosa aqui!!!
Ainda tínhamos algumas poucas horas de sol e decidimos ir para Niagara-on-the-Lake, uma cidade xuxu pela qual todo mundo tem que passar depois que visita Niagara Falls. Dessa vez, como já era bem tarde, não fomos a nenhuma vinícola e o comércio da cidade já estava fechado. Andamos um pouco pela rua principal, admiramos as lojinhas fofas e o Prince of Wales Hotel. Depois, fomos para a beira do lago, onde tem um coreto charmoso e uma vista privilegiada de Toronto. Sim, de Toronto! #amomuitotudoisso.
Ao admirar vista de Toronto dali foi quando meu coração se encheu da maior satisfação depois de todo esse processo. Foram 8 anos sonhando com o Canadá, mais 1 ano (quase 9 meses, na verdade) aguardando o processo de residência. Passamos por altos e baixos (ainda conto o caso da breve perda dos nossos passaportes pelos correios no próximo post), investimos muito $$$ (College, querido), e nos sentimos, ao final, completamente gratos por nos tornarmos residentes justamente num momento em que, a cada dia, temos a certeza de que nosso lugar é aqui. É aqui que queremos ter nossos filhos e criá-los para a vida.
“O Canada!
Our home and (almost) native land!
True patriot love in all thy sons command (…)” ❤
Algumas perguntas frequentes:
O QUE LEVAR PARA O LANDING?
Você deve estar munido dos documentos abaixo:
– Prova do seu status no Canadá, se você já está morando aqui (work/study permit);
– Comprovante de Residência ou, caso você esteja chegando aqui pela primeira vez, um endereço em que vocês possam receber o Permanent Resident Card, que chegarão dali 6 a 8 semanas;
– Prova de Fundos/$$$. É uma segunda comprovação da soma que você alegou ter quando aplicou para a residência. Os valores que devem ser apresentados podem ser verificados clicando aqui. Pode ser um extrato do banco, dinheiro que você esteja levando consigo, etc. Se você já trabalha no Canadá, também leve os pay stubs (contracheques) dos últimos 3 meses ou o último T4 se você já o tiver.
POSSO APRESENTAR EXTRATO BANCÁRIO DE BANCO COM BASE NO BRASIL?
Sim. O que fizemos tanto para o processo quanto para o landing: Imprimimos os extratos dos últimos 3 meses de todas as aplicações que temos; tiramos uma taxa de conversão de real para dólar canadense na internet; fizemos uma planilha demonstrando qual o resultado final após a conversão. Sem tradução juramentada nem nada, simples assim.
Deixem seus comentários, dúvidas, criticas e compartilhamentos! 🙂
Beijos,
Carol.